Por Renata Tomaz
O modo como os brasileiros mais jovens, dentre outras práticas, consomem, verificam e produzem informação tematizou o estudo “Hablatam: dinâmicas de consumo e compartilhamento de informações por jovens brasileiros”, lançado em agosto de 2020 pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS). A iniciativa faz parte do projeto Hablatam, idealizado pelo consórcio de pesquisadores Conectados al Sur.
O estudo revelou que, embora os jovens tenham mais instrumentos para compreender o funcionamento do ambiente digital do que gerações mais velhas, também são fortemente afetados pelo clima de desordem informacional. Os dados analisados mostraram, ainda, que eles são mais propensos a se engajarem em processos colaborativos de enfrentamento à desinformação, quando tomam consciência dela e quando têm acesso a ferramentas digitais apropriadas.
Nesse sentido, os pesquisadores concluíram que, sem o conhecimento necessário em educação para a mídia para contestar informações erradas, os jovens, muitas vezes, não se percebem empoderados para fazê-lo, quando expostos aos danos trazidos pela desinformação. Por essa razão, propõe o estudo, é fundamental incluí-los no processo de desenho e implementação de políticas públicas que enfrentem tais desafios.
A pesquisa foi realizada em três fases (oficinas de cocriação, grupos focais e pesquisa quantitativa), para as quais foram ouvidos jovens entre 12 e 18 anos, provenientes das regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além do Distrito Federal.
Para saber mais sobre o projeto Hablatam, clique aqui.
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