Por Luiza Santos
Os processos de desinformação que se potencializam com a internet e as redes sociais podem representar riscos à democracia. Por isso é essencial que, além da compreensão sobre os modos como eles acontecem, se criem também formas de combatê-los. O projeto Postar ou Não aposta no estabelecimento e cultivo do pensamento crítico de adolescentes e jovens no consumo e compartilhamento de informações online como uma das estratégias para enfrentar esse desafio.
Postar ou Não é um guia hipermídia que, através do site e de um ebook, apresenta de forma dinâmica os principais conceitos em torno da desinformação, contextualiza historicamente esse processo e discute as dimensões sociais e tecnológicas do fenômeno. O projeto ainda oferece dicas práticas para jovens no consumo de informação online e disponibiliza exercícios e material para serem trabalhados em sala de aula, com foco no Ensino Médio. A produção é uma parceria entre o Afonte Jornalismo e o Goethe-Institut Porto Alegre, e conta com a coordenação e edição de Taís Seibt e edição e redação de Marília Gehrke, pesquisadoras de desinformação e jornalismo de dados.
A ideia da iniciativa é auxiliar de forma prática jovens no consumo de notícias online, realizando um letramento midiático com foco em um público que cresceu imerso em plataformas e redes sociais digitais. A inclusão de material para ser trabalhado por professores em sala de aula com adolescentes é um dos resultados do projeto e aponta para a importância de formar cidadãos que saibam navegar de forma crítica no ambiente online. Em contextos internacionais, como no Reino Unido, o ensino de mídia integra o componente curricular nas escolas, o que abre espaço para que a literacia midiática seja abordada de forma consistente.
O guia hipermídia descreve os principais tipos de desinformação, diferenciando para os jovens, por exemplo, a manipulação de conteúdo (como edição de fotos e vídeos), o conteúdo impostor (mimetiza notícias de veículos de mídia específicos) e o conteúdo fabricado (deliberadamente falso, visa enganar os leitores). A seção de contextualização da desinformação remonta fatos do século XIV até chegar nos dias atuais, explicando as bolhas, as câmaras de eco, o funcionamento dos algoritmos de redes sociais, a confiança nos contatos próximos, o papel das emoções no engajamento com conteúdo e os impactos políticos e sociais da desinformação. As dicas para verificação de conteúdos apresentam diferentes recursos disponíveis para analisar a veracidade de vídeos, fotos, áudio e texto, além de focar nas habilidades críticas de análise das notícias.
Acesse o site do projeto Postar ou Não.
Conheça o também ebook citado.